"Elevado custo de vida chama-nos à maior produção e produtividade"
Gaza/ 13.07.017
Elevado custo de vida chama-nos à maior produção e produtividade
- Presidente da República, Filipe Nyusi
Por VICTOR MUVALE
O Presidente da República, Filipe Nyusi, reafirmou ontem, na localidade de Nhancutse, distrito de Chongoene, em Gaza, que a solução para contrapor o actual custo de vida a que o país está mergulhado requer de todos os moçambicanos uma maior entrega à produção e produtividade, para inverter a situação.
O chefe de estado falava ontem, durante o comício popular por ele orientado e que marcou o início da sua visita de trabalho de três dias à província de Gaza, no âmbito da presidência aberta e inclusiva.
Segundo ele, o actual nível do custo de vida está acima do normal e, aliado a isso, o nosso país viveu dois anos difíceis, tivemos seca aqui em Gaza, mas também registamos cheias na zona norte e ciclone Dineo em Inhambane. a questão financeira não é igual a do período anterior. Esta toda conjuntura compromete sobremaneira a realização das nossas actividades rumo ao desenvolvimento do nosso país. A producao por si só é menor que aquela que estava prevista, por isso, temos que aumentar a producao para melhorarmos a qualidade de vida”, defendeu Nyusi.
Na sua interação com a população presente no comício, Nyusi recordou os cinco pilares basilares do seu governo visando o contínuo desenvolvimento do país e bem-estar da população, nomeadamente unidade nacional, paz e soberania; o desenvolvimento do capital humano e saúde para todos; promoção do emprego, produção e produtividade para alavancar a capacidade de o país competir internacionalmente; o desenvolvimento de infraestruturas económicas e sociais bem como a defesa e protecção do meio ambiente.
Referindo-se concretamente à Gaza, o chefe de Estado moçambicano reconheceu que a província carece ainda de mais estradas e infraestruturas hídricas para o controlo da água vinda a montante dos rios que atravessam a região e que na maioria das vezes tem causado cheias, sobretudo na bacia do Limpopo, e reiterou, outrossim, o seu comprometimento em tudo fazer para a construção do porto e aeroporto de Xai-Xai, visando alavancar cada vez mais o desenvolvimento da província e do país, em geral.
“Em 2014 (aquando da campanha eleitoral) tivemos a coragem de dizer que Gaza é uma das províncias com menos infraestruturas. Carece de mais estradas, precisa de mais infraestruturas hídricas para o controlo da água, quer aeroporto e porto, mas também possui minas e parques que devem ser bem conservados para poderem gerar receitas para o país, temos consciência disso e juntos temos que continuar a trabalhar para que possamos ultrapassar estes desafios”, vincou.
Durante o comício, alguns cidadãos usaram da palavra e as mensagens de quase todos se cingiram na necessidade de o Governo encetar mecanismos para a paz efectiva no país, pediram mais infraestruturas de abastecimento de água e mais apoios ao sector agrário para alavancar a produção e produtividade, mas também o chefe de Estado recebeu, em carta, queixas de alguns professores que, segundo alegam, não recém o dinheiro de horas extras desde o ano passado, falta de progressões nas carreiras, o crónico baixo salário e a necessidade para o melhoramento das condições de trabalho dos docentes.
Respondendo às inquietações apresentadas, o presidente da República disse que “cada caso é um caso e vamos analisar”.
Sobre as inquietações apresentadas pelos professores da província, Nyusi respondeu que o sector de tutela está a trabalhar no assunto, mas também sublinhou o facto de, segundo ele, haver professores “com mais horas extras do que horas normais. Conhecemos este problema e tem que ser resolvido”, avisou Nyusi.
Ainda ontem, refira-se, o presidente da República orientou a sessão extraordinária do Governo de Gaza alargado aos administradores distritais, secretários permanentes distritais, presidentes dos conselhos municipais, entre outros quadros. (X)