"Estou firme para continuar a trabalhar com o meu povo"
Gaza/ 1.07.017
Outra agenda não faz parte de mim e, custe o que custar:
Estou firme para continuar a trabalhar com o meu povo
- Reafirma Presidente da República, Filipe Nyusi
Por VICTOR MUVALE
O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, reafirmou, sábado, no distrito de Bilene, em Gaza, o seu compromisso de continuar a trabalhar em prol do bem-estar do povo moçambicano, mesmo perante desafios de vária ordem que, segundo ele, têm estado a minar a implementação da agenda do seu Governo para o contínuo desenvolvimento do país.
Dos vários desafios apontados pelo Chefe de Estado moçambicano estão os factores impostos pelas mudanças climáticas, a crise económica e a existência de “algum grupinho que não quer a paz no país”, minando qualquer esforço da população entregue ao trabalho e produtividade.
O PR falava durante um comício popular por ele orientado no posto administrativo de Mazivila, no último dia da sua visita de trabalho à província de Gaza, inserida no âmbito da presidência aberta e inclusiva, na qual escalou, sucessivamente, a cidade de Xai-Xai e os distritos de Chongoene, Guijá, Chibuto, Chókwè e Bilene.
No sábado passado, o PR completou metade do seu mandato, assumido a 15 de janeiro de 2015, e se serviu daquele comício para renovar o seu compromisso em prol do bem-estar dos moçambicanos, e disse: “Hoje é dia 15 de julho e exactamente nesta data faço metade da minha governação, neste mandato. Quando tomei posse assumi prosseguir na materialização do nosso programa de trabalho, nomeadamente a consolidação da unidade nacional, emprego e produtividade, falei do desenvolvimento de infraestruturas e do capital humano, e não deixei de lado a questão da promoção da justiça social para todos, quer dizer, aquilo que produzimos tem que voltar para o povo”, foi assim que Nyusi iniciou a sua interacção quase contundente, naquele comício.
Nyusi renovou que os corruptos devem ser combatidos sem contemplações, incluindo os funcionários que se envolvem em esquemas de desvio de medicamentos e cobranças ilícitas no aparelho do Estado.
“Aqueles corruptos que usam indevidamente os bens do Estado vamos combate-los sem contemplações, da mesma forma que casos de cobranças ilícitas e desvios de medicamentos vamos continuar a combater sem receio porque a tolerância tem que ser zero”, avisou.
Num outro desenvolvimento, o PR deixou escapar que iniciou o seu mandato com muitas dificuldades, desde secas, cheias, crise financeira mundial e instabilidade político-militar no país.
“Começamos o nosso trabalho de governação com muitas dificuldades. Aquele meu programa ‘minha visão’ ficou comprometido, devido a muitas dificuldades, e não tenho capacidade de inventar os problemas porque quem viveu os mesmos é o povo. Quando queria organizar o país ouvimos ataque armado aqui e acolá, destruição de pontes e machambas inundadas. Aqui no Sul do país não choveu, não conseguimos produzir nem uma maçaroca e o gado começou a morrer. Também começou a haver problemas da crise financeira mundial, desvalorizou-se o metical e, como se não bastasse, o preço do que exportamos foi reduzido para quase metade. Os doadores cortaram financiamentos, ficamos sem esses apoios, dependemos apenas do pouco que produzimos para garantir pagar salários aos professores, enfermeiros, médicos, entre outros”, explicou Nyusi.
Segundo o PR, face a estas dificuldades, começou a haver pouca capacidade de compra entre os moçambicanos, “a energia subiu de preço, o pão também, e o transporte passou a ser cada vez mais caro. Instalaram-se ambientes de descontentamento, o que nos caminhos-de-ferro dizíamos, na altura, que ‘o comboio estava descarrilado’, mas quero confessar aqui perante o povo moçambicano que me sinto totalmente apoiado por vocês todos e estou firme e determinado a continuar a trabalhar para o bem-estar de Moçambique”, renovou.
Nyusi chamou à atenção dos moçambicanos a se entregarem afincadamente no trabalho, mantendo o espírito de confiança mútua e reconciliação.
“Reconciliação significa entendimento e perdão mútuo. Muitas vezes, quando alguém tem complexos de superioridade acaba sendo menos perigoso do que aquele que se sente inferior. No processo de reconciliação, o pedido que tenho é que não deve haver orgulho, melhor te sentires pequeno para os outros te chamarem grande, do que o contrário”, sublinhou Nyusi, renovando o seu comprometimento em tudo fazer no sentido de garantir que moçambicanos vivam unidos e em ambiente de paz, mediante o diálogo permanente e fecundo.
“Eu estou pronto para trabalhar com o povo moçambicano, custe o que custar. Estou firme e determinado e convosco vamos desenvolver Moçambique. Vossas dificuldades são também minhas. A vossa crise de água e de energia não vai-me deixar relaxado, por isso, vou-me concentrar na agenda comum dos moçambicanos e, a outra agenda não faz parte de mim”, concluiu o chefe de estado moçambicano. (X)